Como se aprende a desenhar? Do mesmo jeito que se aprende a escrever: treinando. O treinamento acontece em três trilhas paralelas, sobre as quais quero falar neste texto.
A primeira trilha é a emocional. Começar a desenvolver uma habilidade nova implica em reconhecer que não somos bons nisso. Meu desenho ainda é uma droga. Por anos, quis desenhar e não conseguia. Até rabiscava uma coisa aqui e ali, mas aproveitei a primeira ponta de lápis quebrada e desisti. Passaram-se anos, mas a vontade de ser alguém que sabe desenhar não sumiu.
O melhor jeito de lidar com a parte emocional de qualquer atividade é cercar-se de outras pessoas em busca de estímulo e companhia. Por isso, decidi empreender um novo projeto baseado no que aprendi nos últimos. Postei no Facebook um chamado para quem quiser me acompanhar nessa aventura.
Cada mês, uma habilidade nova. Ao contrário do Ninho de Escritores, onde ajudo pessoas a desenvolverem a própria escrita (enquanto a minha evolui junto), com este projeto ainda sem nome, a ideia é aprender um pouquinho a cada dia.
A segunda trilha é a do olhar. O modo como percebo o mundo interfere no que consigo transformar em arte. Não é a toa que a Betty Edwards, do livro Desenhando com o lado direito do cérebro, fala em cinco habilidades perceptivas que precisam ser desenvolvidas para que alguém aprenda a desenhar:
- Percepção das bordas;
- Percepção dos espaços;
- Percepção dos relacionamentos;
- Percepção das luzes e das sombras;
- Percepção do todo, ou gestalt.
Ainda não sei o que cada um significa ou como cada um funciona, mas fica de promessa para os próximos textos, pois ainda estou aprendendo.
Já que a ideia é aprender a olhar, decidi começar com uma raposa.
Ficou engraçadinho, mas bem longe de onde quero chegar. Contudo, quis compartilhar já no primeiro desenho porque desejo ter uma base de comparação.
A terceira trilha, depois do emocional e do olhar, é da técnica. O saber desenhar, como o saber escrever, é nada mais do que a confiança criativa e a percepção atenta guiadas pelo uso de técnicas adequadas.
No caso do desenho, compreender os quatro movimentos possíveis para conduzir o lápis (dos dedos, do pulso, do cotovelo e do ombro) e reconhecer as formas geométricas básicas (círculo, triângulo, quadrado) já são etapas importantíssimas para entendermos como traços formam desenhos.
Conforme eu aprender, compartilharei as técnicas e exercícios que mais funcionarem para mim.
Quer desenhar comigo no mês de julho? Passa lá no Facebook.
Para fechar, mais um desenho.
🙂