A turma de japonês da qual faço parte corre o risco de fechar. As aulas de segundas e quartas pela manhã atraíram apenas quatro inscritos e a professora nos informou que a secretaria está considerando encerrar a turma. Quem é “a secretaria” é um mistério.
Hoje foi a segunda aula. Uma colega, que não esteve presente na aula anterior, se exaltou ao saber desse risco. Disse que não podia, que tinha outros planos que colocaria em ação caso a turma não existisse. Eu a entendo, algumas vidas parecem curtas demais para tolerar desvios.
Fomos à secretaria e encontramos pessoas trabalhando atrás do balcão. Conversa vai, conversa vem, a diretora da instituição apareceu e foi chamada para falar conosco. Minha colega insistiu que não podia esperar, que tinha coisas a decidir, que aquilo era um absurdo. A diretora não se encolheu, mas também não se impôs. Dependia “do financeiro” para tomar uma decisão, quem quer que seja essa entidade. Eu a entendo, dentro de instituições, a autonomia de decidir o que continua e o que acaba geralmente não está nas mãos da vontade de uma única pessoa.
Todo mundo tem problemas para resolver e necessidades para atender, o tempo inteiro. Você gritar as suas mais alto talvez funcione no curto prazo, mas qual é o preço?