Necessidades por trás de exigências

A comunicação não-violenta propõe uma escolha de enxergar as ações humanas como tentativas de atender a determinadas necessidades consideradas universais. Isso já é algo difícil de fazer, em particular nas primeiras vezes que tentamos, mas fica ainda mais complicado quando estamos ouvindo exigências das outras pessoas.

Uma exigência acontece quando a pessoa que a faz está disposta a nos punir caso a resposta não seja a desejada. Quando ouço uma exigência, em geral sinto que tenho duas opções: rebeldia ou submissão.

Ocorre que, no exercício da CNV, mesmo as exigências são expressões trágicas da tentativa de cuidar de necessidades. São trágicas porque fomentam a desconexão entre as pessoas, igual ao que acontece com julgamentos moralizadores.

Então se alguém me diz que eu tenho que fazer algo de uma forma, ou que se eu não fizer X a pessoa vai me punir com Y, eu posso ficar frustrado, incomodado, irritado, pronto para a batalha. Ou eu posso respirar fundo, filtrar o que estou ouvindo e traduzir em necessidades, caso minha intenção seja a de aumentar o grau de conexão com a outra pessoa.

Fundamental aqui é entender que eu tenho escolha sobre como agir a partir de um estímulo oferecido por outra pessoa.